Você já pensou em visitar o Museu do Louvre em Paris, ver de perto as pirâmides do Egito e caminhar pela Muralha da China? Incrível, não?! Agora, você sabia que cada vez mais viajantes têm conseguido realizar o sonho de percorrer os quatro cantos do globo usando as passagens de volta ao mundo?
Se você nunca ouviu falar dessa possibilidade, calma que a gente preparou um post super completo para explicar o que são, como funcionam e quais os prós e os contras de viajar usando esse tipo de passagem. Continue lendo para descobrir:
Tudo sobre as passagens de volta ao mundo
• O que são

Conhecida internacionalmente como rtw ticket – rtw é a sigla para “‘round the world”, expressão em inglês que significa, justamente, “ao redor do mundo” – a passagem de volta ao mundo é um bilhete único, comprado de uma vez só, que permite ao viajante percorrer múltiplos países em um determinado intervalo de tempo.
A grande ideia por trás dessas passagens de volta ao mundo é justamente não comprar passagens avulsas para cada trecho ou destino, otimizando, dessa forma, todo o processo de planejar uma viagem internacional em larga escala. As passagens podem ser compradas com dinheiro ou por milhas aéreas.
A tendência do rtw ticket começou a ganhar força a partir de 1999, e desde então, cada vez mais pessoas têm aderido a esse sistema e realizado o sonho de tirar um período sabático e conhecer os mais diversos cantos do planeta.
• Como funcionam
Atualmente, as passagens de volta ao mundo são vendidas por três alianças de companhias aéreas: a oneworld, a Star Alliance e a Sky Team (falaremos sobre cada uma delas mais adiante). Cada aliança tem suas especificidades e normas distintas, mas é possível apontar entre elas algumas regras gerais para a viagem rtw:

- O roteiro traçado pelo viajante para percorrer o globo com as passagens de volta ao mundo deve ter no mínimo 10 dias e no máximo 1 ano de duração.
- Além da duração das viagens, as alianças também estabelecem quantidades mínimas e máximas de trechos percorridos: cada pessoa precisa marcar ao menos 3 voos para conseguir adquirir o bilhete rtw. O número limite de voos é entre 15 e 16, dependendo da aliança.
- É possível estabelecer os destinos de cada voo e deixar as datas em aberto. As alianças também permitem remarcar os dias do embarque. Contudo, se você precisar alterar algum destino, poderá pagar uma taxa que varia conforma a companhia aérea.
- O viajante deve iniciar e terminar a jornada ao redor do mundo através do rtw ticket no mesmo país. Isto é, se você começou no Brasil, seu último destino deve ser, obrigatoriamente, o Brasil.
- A viagem de volta ao mundo deve ser feita em apenas um sentido; ou seja, a pessoa não pode sair do Brasil, ir para a Austrália, passar pela África do Sul e voltar para a China, por exemplo.

- Um complemento à regra anterior: o planeta é dividido em zonas geográficas pelas alianças. É permitido viajar em diferentes sentidos dentro de uma mesma zona (como ir do sentido leste para o oeste na Europa ocidental), mas ao sair de uma zona, não é possível retornar a ela.
- Cada aliança é composta de um determinado número de companhias aéreas. A companhia que emite a primeira passagem é a responsável, caso haja a necessidade, por alterar as datas das passagens aéreas posteriores – mesmo que o voo seja operado por outras empresas.
- Uma dica: pense bem na hora de escolher a empresa do seu primeiro voo e dê preferência a uma companhia aérea de grande porte que tenha um serviço de atendimento ao consumidor em escala mundial.
- O preço de cada rtw ticket varia muito; tudo depende dos destinos escolhidos, da quantidade de zonas e de trechos percorridos (lembre-se que conexões contam como trechos), e, por fim, da classe selecionada em cada viagem (econômica, executiva e primeira classe).
• Quem vende
Como dissemos acima, as passagens de volta ao mundo são comercializadas por três alianças diferentes. São elas:
1 – oneworld
Fundada em 1999, a oneworld é formada por 13 companhias aéreas, incluindo algumas que são as mais importantes do mundo – como a American Airlines, a British Airways, a Japan Airlines e a Qatar Airways. A Qatar, inclusive, tem alguns dos aviões mais luxuosos de todo o planeta.
Além destas empresas, a oneworld também conta com a Latam, com a Malaysia Airlines e com a Finnair, dentre outras. A aliança engloba hoje em dia mais de 1000 destinos em 150 países.

2 – Sky Team
A Sky Team começou a funcionar em 2000 e conta atualmente com 19 companhias aéreas – as principais são Air France, Alitalia, Delta Air Lines e KLM, além das Aerolineas Argentinas, da Air Europa e da Korean Air.
A Sky Team abrange 1150 destinos em 175 países de todos os continentes e seu programa de passagens de volta ao mundo tem o nome de “go round the world pass”. Essa aliança permite até 15 voos, incluindo as conexões.
3 – Star Alliance
Criada em 1997, a Star Alliance é a maior aliança e reúne 27 companhias aéreas. Lufthansa, United Airlines, TAP, Turkish Airlines e Air Canada são algumas das empresas que compõem a Star Alliance, que atende 193 países em mais de 1300 aeroportos ao redor do planeta.
• Pontos positivos

Uma das principais vantagens das passagens de volta ao mundo é que elas saem mais em conta! Utilizar o rtw ticket também é uma forma de otimizar a programação da viagem ao redor do globo e unificar a forma de pagamento.
Ao comprar o bilhete único, você já define todos os seus destinos de antemão e ainda tem a possibilidade de remarcar as datas dos voos ou agendar depois, o que permite uma certa flexibilidade.
Aqueles que optam por adquirir esse tipo de passagem acabam planejando melhor os roteiros e, com isso, ficam menos suscetíveis a imprevistos e a passar por aqueles perrengues de viagem.
Claro que essa regra não é geral, mas a previsibilidade e a definição dos destinos acabam impactando positivamente no orçamento e nos gastos finais.
• Pontos negativos
Por outro lado, muitos brasileiros relatam dificuldades em comprar e parcelar os tickets de volta ao mundo diretamente nos sites das alianças, já que o valor final é em moeda estrangeira e, muitas vezes, o limite do cartão de crédito acaba não sendo suficiente.

Para sanar esse obstáculo, os viajantes costumam fazer a compra com o intermédio de agências nacionais de viagem, o que acaba gerando um pouco mais de segurança.
Outro ponto é que por mais que haja a facilidade de marcar depois as datas dos voos (e até mesmo de remarcá-las), a viagem não é 100% flexível, já que a duração máxima do bilhete único é de um ano e cada aliança trabalha com companhias aéreas específicas.
Além disso, você também estará suscetível às flutuações do câmbio internacional.
Por mais que você compre seu rtw ticket com antecedência, não há como saber ao certo como estará o dólar no sétimo mês de sua viagem, por exemplo (o que influencia nos preços das hospedagens, da alimentação e dos passeios).
Por fim, como mencionamos anteriormente, a empresa aérea que emite a sua primeira passagem será a responsável por prestar assistência durante todos os pontos do trajeto, o que limita o escopo e a capacidade de atuação dos SACs internacionais.
• Roteiros

As possibilidades de roteiros são quase intermináveis com as passagens de volta ao mundo. Desde que siga as regras gerais das alianças, você tem uma boa parcela de autonomia para escolher quais destinos quer conhecer e quanto tempo pretende ficar em cada lugar.
Para nós aqui no Brasil, logicamente há duas opções de sentido para planejar a jornada: 1) Brasil – Oceano Atlântico – Oceano Pacífico – Brasil; e 2) Brasil – Oceano Pacífico – Oceano Atlântico – Brasil.
Fizemos uma breve simulação com 2 possibilidades de trajetos (todos na classe econômica) para saber o valor total de cada um. Optamos por usar a plataforma da oneworld, que trabalha com as principais companhias aéreas, mas você pode escolher qualquer uma das alianças. Confira:

1 – Três continentes
Quantidade de países: 6
Roteiro: Brasil – Estados Unidos – Alemanha – Rússia – China – Japão – Brasil
Conexões feitas: 11
Período consultado: Setembro/2019 a Dezembro/2019
Valor total por pessoa (com encargos): R$ 17.000,00

2 – Cinco continentes
Quantidade de países: 10
Roteiro: Brasil – África do Sul – Espanha – Grécia – Índia – Tailândia – Indonésia – Austrália – Nova Zelândia – Chile – Brasil
Conexões feitas: 14
Período consultado: Setembro/2019 a Fevereiro/2019
Valor total por pessoa (com encargos): R$ 22.000,00
Assim finalizamos o nosso post com tudo o que você precisa saber sobre as passagens de volta ao mundo!
Analise bem todos os prós e contras, escolha a aliança que tem as companhias aéreas mais indicadas para os países que você quer conhecer, leve em consideração as variações climáticas ao longo do ano, pesquise os requerimentos e burocracias em cada destino e caia na estrada – ou melhor, no aeroporto!
Você faria uma viagem dessas com os rtw tickets? Diz pra gente nos comentários para quais países você iria, e aproveite também para compartilhar o post com aqueles amigos que não veem a hora de conhecer todos os continentes!