5 passos para planejar uma viagem de volta ao mundo

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Uma das perguntas que mais recebemos de quem está nos acompanhando nessa empreitada é: como faz para planejar uma viagem de volta ao mundo?

E hoje vamos falar de 5 passos fundamentais que fizeram parte do nosso planejamento e que devem estar presentes no planejamento de qualquer viajante que, assim como nós, queira se jogar no mundo.

Como em qualquer viagem, seja de férias ou de volta ao mundo, um bom planejamento antevê situações que podem causar problemas e permite que você tome as medidas necessárias antes do embarque e curta o momento plenamente.  

Obviamente, mesmo com tudo bem planejado, imprevistos acontecem e depois viram história pra contar. Mas uma coisa que ninguém quer é terminar a viagem antes do tempo por falta de algum planejamento que acabou passando despercebido ou com algum prejuízo que era totalmente evitável.

Outra coisa a se ter em mente é que algumas partes do planejamento são mais rígidas e outras nem tanto. Isso significa que, durante a própria viagem, você terá que tomar muitas outras decisões ainda. No nosso caso, ter flexibilidade em parte dos planos nos dá a sensação de liberdade!

1. Decidir qual a duração da sua viagem  

Para nós, essa foi a decisão mais difícil e importante do projeto. A partir dela, inúmeras outras medidas tomaram seu curso.

Em conversas frequentes, com viajantes que estavam planejando uma viagem de volta ao mundo, percebemos que as providências variam bastante de acordo com o tempo de cada um. Geralmente, uma viagem de 6 meses requer menos providências drásticas do que uma viagem de 3 anos.

E só você sabe em quanto tempo vai atingir o seu objetivo com esse projeto. Se 6 meses já está bom para fechar seu ciclo, curto ou longo, só diz respeito à você, então se planeje em cima dele.

No nosso caso, o plano começou com um ano, mas logo no início percebemos que não atenderia o nosso propósito. Decidimos mudar para dois, com a possibilidade de não voltar para o Brasil.

2. Fazer um esboço do seu roteiro

Sabe aquele lugar que você sempre quis conhecer, mas que dificilmente seria um destino de férias? Pois bem, planejar uma viagem de volta ao mundo permite que você conheça além do roteiro turístico convencional.

Estamos percorrendo vários países do continente africano que sempre sonhamos, mas que ficavam em segundo plano nos roteiros de férias, por exemplo.

Entretanto, uma coisa é clara: não dá pra ter tudo. Seu roteiro vai determinar (e muito!) o seu planejamento financeiro. Defina suas prioridades nesse momento. Viajar por países considerados caros, com a grana contada, vai diminuir o tempo de viagem.

Nós cortamos quase todos os países considerados caros na hora de definir o roteiro e optamos por países de custo barato e moderado. Nossa prioridade em se manter na estrada é maior do que de conhecer lugares específicos.

Outras questões importantes a serem avaliadas na hora de planejar o roteiro são:

● custo e dificuldade em relação ao visto de entrada em cada país;

● condições climáticas na data em que você planeja estar no país. Por exemplo: monções na Ásia.

● alta temporada – isso afeta tanto o orçamento quanto a sua experiência em certos destinos.

● segurança – zona de guerra.

Nosso roteiro atual inclui continente africano, Oriente Médio, Ásia e pequena parte da Oceania. A Europa, por ser considerada cara, ficou para um segundo momento – a menos que surjam algumas possibilidades, como passagens super baratas e convite de amigos para matar a saudade.

3. Saúde em primeiro lugar

Como enfermeira, sou suspeita pra falar sobre cuidar da sua saúde antes de mais nada, mas, acreditem, faz toda a diferença viajar conhecendo o seu corpo, os seus limites e a sua real condição de saúde.

Além disso, é bom que você saiba como se prevenir de doenças com medidas simples e sempre observar as condições sanitárias de um determinado local. Isso pode te livrar de uma dor de barriga ou até mesmo de doenças mais graves.

Se você já começou a planejar a sua viagem de volta ao mundo aproveite para usar bastante o seu convênio

Se você já começou a planejar a sua viagem de volta ao mundo, aproveite para usar bastante o seu convênio, pois, além de ser o melhor momento, você provavelmente vai ficar sem plano de saúde no Brasil durante a viagem. É mandatório viajar com seguro viagem para qualquer emergência médica. No nosso caso, fechamos os 4 primeiros meses da nossa viagem com a Seguros Promo.

Não faça uma viagem longa sem antes fazer um belo de um check-up médico. Marque consultas com o clínico geral, cardiologista e infectologista. Explique que você vai viajar o mundo e quer saber como está a sua saúde para tal aventura.

O infectologista será essencial para te indicar quais vacinas você deve tomar de acordo com o seu roteiro. Usamos, em São Paulo, o serviço de medicina do viajante do Hospital Emílio Ribas, é gratuito.

Fomos elogiados, porque começamos as nossas consultas 6 meses antes da viagem e isso deu tempo de tomar tudo o que precisávamos.

Tem viajante que vai uma semana antes de embarcar e fica sem se imunizar, pois o prazo é curto e as vacinas, geralmente, são aplicadas em mais de uma dose para ter efeito. Consulte o centro de medicina do viajante da sua cidade pelo menos 3 meses antes da sua viagem de volta ao mundo.

Nossas vacinas, de acordo com nosso roteiro, foram hepatite A e B, raiva, poliomielite injetável, febre tifoide e meningite ACWY, sendo que essas duas últimas são pagas e as demais estavam disponíveis na rede pública de saúde, em novembro de 2018.

4. Como planejar uma viagem de volta ao mundo financeiramente

Esse ponto, para muitas pessoas, é o principal desafio de cair na estrada. Mas, quando você tem um propósito bem definido e um bom planejamento, tudo é possível.

A primeira coisa que eu quero deixar claro é que não existe um valor pré-definido para planejar uma viagem de volta ao mundo. Para descobrir qual o valor que você precisa para viajar é necessário saber primeiro qual o seu estilo de viagem.

Além disso, hoje em dia, com a ajuda da internet, existem infinitas possibilidades para baratear uma viagem. Há a possibilidade de trabalhar em troca de hospedagem, utilizar acomodação gratuita através de plataformas como o couchsurfing ou ainda trabalhar meio período, dependendo das regras do país.

Temos amigos próximos que saíram do Brasil de bike, sem nenhum tostão no bolso, com destino ao Alasca e voltaram com dinheiro, tem gente que se desloca de carona – nós adoramos quando conseguimos uma – e tem gente que trabalha enquanto viaja.

Esses tipos de experiências, além de reduzirem os custos de uma viagem de volta ao mundo, criam outras possibilidades com novas conexões e permitem conhecer o lugar fora do roteiro turístico padronizado. Essa é a forma mais genuína para conhecer e vivenciar novas culturas e explorar diferentes destinos.   

Resumindo, você vai saber de quanto dinheiro precisa para fazer a sua viagem depois que souber o que está ou não disposto a fazer, o tempo de duração da sua viagem, o seu roteiro e, principalmente, qual o seu estilo de viagem.

Para ajudar no planejamento financeiro da sua viagem de volta ao mundo, tenha em mente:

● quanto mais rápido viajar e mais se deslocar, mais caro vai ficar. Além disso, você só vai conseguir fazer algum trabalho local se ficar por algum tempo no destino;

● cozinhar a própria comida é mais saudável e mais barato. Escolha acomodações em que você possa cozinhar;

● existem sites que comparam custos de vida entre os países. Monte o seu roteiro com o pé no chão, já que lugares caros podem encurtar a sua viagem;

● o custo de vida em grandes cidades do Brasil é mais alto do que viajar pelo mundo.

Como guardamos dinheiro

Quando decidimos fazer a nossa viagem, não tínhamos nenhum dinheiro guardado, mas o objetivo de planejar uma volta ao mundo estava muito bem definido.

Tínhamos torrado todas as nossas reservas na nossa festa de casamento e na nossa lua de mel, que foi de 33 dias entre Portugal e Espanha. Para não dizer que não tínhamos nada, havia as faturas de cartão de crédito a pagar e algumas dívidas…

Colocamos em ordem a nossa vida financeira, que estava totalmente desorganizada. Fizemos uma planilha com todos os nossos gastos e descobrimos que tinha um ralo aberto, drenando o nosso dinheiro. Foi a partir da planilha que as coisas mudaram.

Nos concentramos, primeiramente, em zerar as nossas dívidas para depois começar a juntar dinheiro e planejar o que fazer com ele.

Com as dívidas pagas, começamos a economizar. Colocamos limites para lazer e viagens, reduzimos a assinatura de TV e internet e cancelamos quase todas as assinaturas que tínhamos, mesmo que custassem R$ 10.

Paramos de comprar, a não ser que fosse comida ou algo essencial para a nossa viagem de volta ao mundo. Adeus, salão de beleza, academia paga, restaurantes caros e viagens frequentes.

Uma vez que começamos a ter dinheiro, a grande dúvida era o que fazer com ele. Queríamos viajar usando a rentabilidade do dinheiro guardado e não torrar todo o patrimônio em si.

Investimos em renda fixa, renda variável e até em ações. Mas a rentabilidade ainda não era suficiente para viajar e, além disso, em muitos investimentos, o dinheiro fica preso.

Foi durante o nosso planejamento financeiro que encontramos a Objetiva Consórcio – que, inclusive, se tornaram nossos parceiros. De todos que conhecemos, foi o melhor lugar para investir o nosso dinheiro da forma que queríamos.

Outra maneira de ter alguma renda na viagem é trabalhar remotamente

Outra maneira de ter alguma renda na viagem é trabalhar remotamente, pela internet, com alguma coisa que não exija um local fixo de trabalho: os famosos nômades digitais.

Nós estamos desenvolvendo alguns trabalhos que podem nos gerar uma renda no futuro (blog, redes sociais e canal no Youtube). Tudo isso enquanto viajamos.

Conseguimos diminuir os custos com hospedagem por permuta com hotéis, hostels e afins. Oferecemos divulgação no Instagram, fotos e vídeos em troca de acomodação “gratuita”. Isso pode se aplicar a tudo, desde restaurantes até experiências, mas tenha em mente que dá trabalho pagar a parceria e, às vezes, é bem cansativo.

Outra decisão importante, durante o planejamento financeiro para a viagem de volta ao mundo, é como levar o dinheiro para a viagem. Se a viagem for longa, vale a pena abrir conta em um banco internacional e driblar o imposto brasileiro (IOF) de 6,38%.

Nós abrimos uma conta no BB Américas e estamos avaliando também a possibilidade de abrir uma conta em um banco europeu.

5. Hora de partir – o que vai e o que fica

Agora que você já sabe de quanto tempo é a sua viagem, o seu roteiro, o seu estilo de viagem e fez o seu planejamento financeiro, chegou a hora de tomar a decisão mais difícil e importe para muitos: o que fazer com os seus bens e com o seu emprego.

O que você vai manter e do que você vai se desfazer. Essa decisão provavelmente vai ser a que vai te balançar bastante, pois, além de praticar o desapego ao extremo, você vai refletir muito em como foi a sua vida até o momento e no porquê você tomou a decisão de planejar uma viagem de volta ao mundo.

Seu emprego

outra decisão importante durante o planejamento financeiro para a viagem de volta ao mundo é como levar o dinheiro para a viagem

Você precisa decidir se pretende voltar para o seu atual emprego e analisar as suas possibilidades. Algumas empresas no Brasil já trabalham com licença não remunerada e isso pode ser um porto seguro na hora de voltar.

Entretanto, se a ideia é mudar o seu estilo de vida e, quem sabe, até a sua profissão, certamente você irá seguir outro caminho. Nós nos encaixamos aqui.

No caso dos nossos empregos, embora estivéssemos na melhor fase de remuneração e reconhecimento profissional, pedimos as contas sem olhar pra trás. Saímos deixando as portas abertas e, só pra esclarecer, nós éramos felizes nos nossos empregos.
No momento em que fizemos as nossas cartas de demissão foi que sentimos muito frio na barriga e a ficha começou a cair.

Mas algo estava faltando dentro de nós e decidimos percorrer o sonho da viagem de volta ao mundo para encontrar esse “algo”. A sensação de medo e felicidade estavam presentes o tempo todo.

O que fazer com os seus bens materiais

Se a viagem for longa, vender seus bens materiais pode ser melhor do que mantê-los. Assim, você pode investir o dinheiro, viajar com os rendimentos e ainda ter a liberdade de fixar raízes onde bem entender.

Mas, se a viagem for curta, talvez só alugar seja mais fácil, menos burocrático e você ainda terá um bem quando voltar.

Como a nossa ideia é talvez nem voltar para o Brasil, tomamos as providências em cima disso e optamos por vender tudo o que tínhamos – carro, um pequeno Hostel que abrimos juntos e vários bens pessoais (fizemos algumas doações e vários brechós físicos e nas redes sociais). O pouco que restou ficou na casa dos nossos pais.

É fundamental deixar alguém de confiança como seu procurador para te representar na sua ausência.

Esperamos que esses 5 passos deem um norte para você planejar a sua viagem de volta ao mundo.

Claro que, durante o seu próprio planejamento, vão surgir coisas que não estão listadas aqui. Caso você tenha alguma dúvida específica sobre algum tópico que falamos, deixe nos comentários que vamos ficar felizes em ajudar.

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Até a próxima!

Ele tem 40 anos, é professor de geografia e empreendedor. Ela tem 33 anos, é enfermeira e empreendedora. Rogerio e Camila são também conhecidos como o casal Roca e adoram viajar e inspirar as pessoas a levarem uma vida mais leve e descontraída. Nesse exato momento, eles estão dando a volta ao mundo, cheios de projetos em andamento.

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