No Brasil há muitos lugares que podemos chamar de paraíso na terra. E eu vou falar sobre o que fazer em Alter do Chão, um desses paraísos! Não é à toa que foi indicado pelo jornal britânico The Guardian como uma das praias fluviais mais bonitas no Brasil.
Mesmo com todo este reconhecimento internacional, muitas pessoas não sabem onde fica Alter do Chão ou nunca ouviram falar (pela sorte ou azar dos turistas).
Afinal, onde fica Alter do Chão?
Alter do Chão fica no distrito de Santarém na margem do Rio Tapajós. Para chegar até lá é preciso percorrer cerca de 30 km a partir do centro de Santarém.
Se você vai de avião pode descer no aeroporto de Santarém que recebe voos diretos de Brasília, Belém e Manaus. De carro, são 38 km de estrada asfaltada e há opções de táxis ou transfer que indicarei no final do texto.
Qual é a melhor época para ir?
Quando eu comecei a pesquisar, percebi que vários sites afirmam que a melhor época para ir é entre agosto e janeiro, meses de vazante do Rio Tapajós em que formam-se praias de areia, e há muitos turistas no local.
Mas, ao contrário do sugerido, fui no início de fevereiro, quando a maioria das praias desaparecem na imensidão do rio cheio devido às chuvas até julho, mas que ficam ainda muitos bancos de areia.
Dizem que essa época chove bastante, no caso, eu só peguei chuvas fracas e super gostosas em 2 dias no período da manhã, logo depois o sol aparecia! Segundo os moradores, entre fevereiro e julho Alter fica mais bonito! Foi o que eu achei também!
Quanto tempo ficar?
Indicaria você ficar um ano inteiro, mas como eu sei que não dá, acho que entre 5 a 7 dias é o tempo ideal para aproveitar tudo e relaxar, até porque o destino é perfeito para isto!
Já aviso que dará vontade de ficar muito mais tempo em Alter do Chão!! 😊
Onde se hospedar?
Alter tem diversas pousadas, hostels e casas para alugar em que você pode reservar pelo Booking ou pelo Airbnb.
Me hospedei na Vila de Alter, uma “pousada boutique” com práticas sustentáveis e que possui somente 6 bangalôs totalmente equipados e decorados no estilo da flora da região. O transfer e o guia para os passeios foram sugeridos pela pousada.
O maravilhoso café da manhã é servido na varanda dos bangalôs até as 11h. Cada dia com diferentes frutas típicas, iogurtes e pães feitos na própria pousada. O atendimento é feito com muita atenção e carinho! Mal posso esperar para voltar!
O que fazer em Alter do Chão?
Fiz um roteiro completo de 5 dias, com todos os passeios e formas de fazer! Visto que a maior parte deles é necessário fechar com alguém que realize turismo na cidade.
Dia 1: Ilha do Amor, Floresta Encantada e pôr do sol na praia da Ponta do Cururu
Sugiro como primeira parada em Alter, a Ilha do Amor. É a mais famosa por ser o cartão postal da cidade, ela fica em frente à praça principal e para chegar basta atravessar um pequeno trecho de rio. Caso você vá no período de seca (agosto e janeiro) é possível atravessar andando, mas no período de chuva é necessário atravessar com barquinho, que custa 5 reais por pessoa.
Na Ilha tem diversas barracas para petiscar e beber, além de aluguel de caiaque e SUP. Caso tenha sorte, é possível ver alguns botos nadando no rio, é a coisa mais linda!!
Após relaxar na Ilha do Amor, vá para a floresta encantada! Este passeio só é possível no período de chuva e para chegar lá é necessário fechar com algum dos diversos barqueiros que ficam entre a ilha do amor e a praia para a praça central.
A Floresta Encantada com certeza foi o passeio que eu mais gostei, é um encanto único passear de caiaque no meio da floresta, somente ouvindo o som dos bichos e da água! Foi uma das experiências mais gostosas da minha vida!
Aproveite para fazer o passeio da Floresta Encantada a tarde e um pouco antes do por do sol peça para o barqueiro te levar a Ponta do Cururu, um dos mais belos lugares para se ver o entardecer em Alter!
Dia 2: passeio por comunidades ribeirinhas do Rio Arapiuns e praia de Ponta Grande.
No segundo, terceiro e quarto dia, fechamos os passeios com um guia ótimo chamado Deco, no final do texto coloco o contato dele!
Logo pela manhã, fomos visitar a comunidade ribeirinha de Urucureá, conhecida pelo seu trabalho artesanal feito por mulheres com palha de tucumã, uma palmeira nativa da Amazônia.O lucro desse trabalho é fonte de renda da comunidade. Um trabalho lindo!
Visitamos também a Comunidade de Coroca, onde eles realizam um trabalho incrível como associação para preservação das tartarugas da Amazônia! Assista o vídeo que conta um pouco mais sobre o trabalho da comunidade.
Eles possuem também uma criação de abelha que produzem mel para venda! E servem um almoço DELICIOSO com peixes típicos amazônicos!
Após as visitas nas comunidades, fomos conhecer a Praia da Ponta Grande, mais um daqueles bancos de areia paradisíaco!
Dia 3: Trilha pela floresta amazônica: FLONA – Floresta Nacional do Tapajós e Centro da Vila!
No terceiro dia acordamos mais cedo e nos preparamos com um café bem reforçado para fazer a trilha na Floresta Nacional do Tapajós.
O começo da trilha fica na comunidade ribeirinha de Jamaraquá, um povoado de 100 habitantes que realizam a conservação da floresta. Em nossa caminhada foram 2 guias da comunidade para nos explicar sobre a biodiversidade do lugar.
A trilha pela mata tem 16 km e é considerada uma trilha de dificuldade média. Vale a pena cada segundo! Após os 16 km, almoçamos no restaurante da comunidade, mais uma vez uma comida maravilhosa (Não tem como comer mal no Pará)!
Ao voltarmos ao vilarejo, aproveitamos para tomar uma boa cerveja Tijuca e caipirinha de jambu em um dos bares que ficam na praça central, com direito a isca de arraia e pirarucu (uma delícia!)
Dia 4: Encontro dos rios, Canal do Jari, Casa do Saulo e Praia do Pindobal
Neste dia presenciamos uma das paisagens mais emocionantes: o encontro do Rio Tapajós e Amazonas.
Considerado patrimônio imaterial do Pará, surpreende pelo fenômeno natural onde os rios correm lado a lado, se misturando lentamente, um de azul-esverdeado e o outro com tons amarelados e densos.
Após esta passagem incrível, fomos ao Canal do Jari, onde visitamos a casa da dona Dulce, que faz plantação de vitória-régia e onde tivemos a oportunidade de experimentá-las de diversos modos: frita, crua e temperada! É uma delícia!
Para o almoço, fomos até o famoso restaurante Casa do Saulo, considerado um dos melhores do norte do país! Infelizmente chegamos às 15h e o restaurante já tinha fechado, mas aproveitamos a vista e o lugar incrível que ele fica!
No final do dia, fomos relaxar na praia do Pindobal, uma praia com diversos restaurantes e cadeiras para você relaxar e mergulhar no rio!
Dia 5 : relaxe, aproveite o centro e volte onde você gostar mais, porque vai dar vontade!
O último dia é reservado para o descanso e refletir sobre tudo que conheceu e aprendeu nesse paraíso. Aproveite para voltar onde mais gostou, ou ficar um pouco mais em uma das praias!
Sugiro que não saia de Alter sem ir ao Restaurante Espaço Caranazal. É possível chegar no restaurante de carro ou caiaque. No caso de ir de caiaque, leva 15 minutos a partir da Ilha do Amor.
O restaurante é simples, barato com uma comida INCRÍVEL! Servem peixes dos mais variados tipos, sugiro pedir o Pirarucu ao molho de camarão e a caipirinha de Taberabá, fruta típica amazônica.
Como acompanhamento eles servem salada, arroz, pimentinha e o melhor feijão do mundo! É simplesmente um lugar que você sai renovado e com uma das melhores experiências gastronômicas do Pará!
O que não pode deixar de comer e beber:
Não poderia fazer o roteiro sem listar aqui alguns pratos típicos do Pará, como por exemplo, os peixes Tucunaré, Tambaqui e Pirarucu, além da incrível caipirinha de Jambu!
Para quem gosta de Açaí, não pode deixar de comer o mais puro que existe, da Amazônia!
É isso pessoal, espero que gostem do meu roteiro sobre o que fazer em Alter do Chão!!
Qualquer dúvida, é só comentar 😊
Os contatos são esses:
Transfer: Senhor Nei (93) 99100 7172
Passeios: Decco Passeios (93) 9132-6160
Abraços!
